Num mundo competitivo e globalizado, para conseguir
conquistar uma maior quota de mercado o que marca hoje a diferença é a aposta em
mão-de-obra mais barata ou em mais-valias tecnológicas.
Apostar na Ciência e na Inovação é a melhor garantia que
podemos dar aos nossos filhos para ambicionarem um futuro melhor, tendo em
vista fazer com que o seu trabalho possa ser competitivo não por ser um
trabalho escravo mas sim por ser um trabalho altamente diferenciado.
Num período de grande contenção de custos como aquele em
que vivemos, o ponto de partida deverá ser o levantamento rigoroso de todas as
capacidades instaladas a nível do município destinadas à promoção da Ciência.
A Escola deve ser o lugar privilegiado de promoção da Ciência,
fazendo com que as crianças e os jovens desde cedo despertem para ela e se
sintam atraídos e vocacionados para nela participarem. É importante dar a
conhecer os vários ramos da Ciência na escola, propiciando estímulos para que
as nossas crianças e jovens encontrem aquele para o qual poderão ter mais
talento e vocação. Como incentivo, devem ser criadas bolsas de mérito de modo a
motivar os mais talentosos e dedicados para serem a referencia nas diversas
áreas criando, porque não dizê-lo, uma espécie de futura elite na ciência.
Existem muitas cidades que são referência exactamente
porque apostaram na ciência e na inovação como forma de se projectarem para o
exterior. São mais do que conhecidos os exemplos da cidade das Artes e da
Ciência de Valência, o Museu da Ciência de Barcelona, a Cidade das Ciências em
Paris ou o Futuroscópio de Poitiers.
Em Portugal já temos alguns
exemplos de parques temáticos dedicados à Ciência como o Pavilhão do
Conhecimento, o Exploratório Aveiro Infante Dom Henrique em Coimbra, a Fábrica -
Centro de Ciência Viva de Aveiro, o Europarque – Visionarium, o Centro de
Ciência Viva de Bragança, o Centro de Ciência Viva de Vila do Conde, o
Futuroscópio da Horta, entre outros.
Este leque de parques temáticos viu a luz do dia porque
souberam enquadrar-se na lógica de aproveitamento dos fundos destinados ao seu
financiamento atribuídos pelo projecto Centro de Ciência Viva.
Um dos objectivos destes parques direccionados para a Ciência
é justamente trazer as empresas para junto dela, pelo que fará algum sentido a
criação de um parque tecnológico associado aos parques industriais, patrocinado
pela autarquia através do estabelecimento de protocolos que envolvam o
triângulo Câmara - Ensino Superior -Empresas.
As próprias empresas podem ser patrocinadoras destes
espaços multidisciplinares dedicados à ciência, uma vez que são os principais
beneficiados pelos avanços tecnológicos que aí possam ser originados, sendo uma
das atribuições dum eventual futuro parque de ciência promover mecanismos
capazes de garantir a utilização destas patentes pelas empresas locais, de
forma a criarem riqueza e postos de trabalho na região, em vez de serem
utilizadas por multinacionais que poucas mais-valias geram à comunidade.
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